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domingo, 30 de novembro de 2014

Meu hábito

“De médico e louco,
todo mundo tem um pouco”
Às vezes sou mais médico,
quase sempre sou mais louco.
Tudo depende do momento,
e, se “a ocasião faz o ladrão”,
às vezes sou honesto,
na maioria das vezes não.
“O hábito não faz o monge”,
se faz não sei muito bem.
só sei que o melhor hábito
É aquele que me convém.

Do livro: Sob o olhar da poesia
De: Ildebrando Pereira da Silva

 

Terra de Mãe Joana

As armas dos vilões dissimulados
que dominam a terra de “mãe Joana”,
estão mais fortes que as dos soldados,
que passaram todos pela roldana,
e, em muitos perigos foram desafiados
em uma força maior que a humana.
pobres combatentes, inermes, lutaram,
diante do poder do inimigo, se  entregaram.

Do livro: sob o olhar da poesia
De: Ildebrando Pereira da Silva



sábado, 29 de novembro de 2014

Promessas

No palanque eleitoral,
o candidato eloquente,
promete mudar nossas vidas
e, ter um mandato decente.


Vou construir escolas, creches,
todas as ruas irei pavimentar,
vou trazer água, esgoto
e, uma ponte para este lugar.

Do meio da multidão
vem logo um desafio:
- Como construir uma ponte,
se na cidade não temos rio?

O candidato logo responde:
Eu digo com sinceridade,
se for eleito eu  prometo,
que trago um rio para a cidade.

Do livro: Sob o olhar da poesia
De: Ildebrando Pereira da Silva

Papel poema

Papel do caderno
que vai à escola,
com o aluno que estuda,
e com aquele que cola.

Vai com o inteligente
que aprende de verdade,
vai com o displicente
que fica na saudade.

Papel do rascunho,
do poeta é companhia,
pelas trilhas do sonho
e nos caminhos  da fantasia.

Enxuga-lhe o pranto
nos momentos de dor,
recebe seu canto
nos poemas de amor.

Papel amassado,
sem nenhuma utilidade,
é sempre encontrado
pelas ruas da cidade.

Velho, usado,
jogado ao relento,
tem gente que o vende,
para comprar alimento.

Há sempre um papel,
seguindo indiferente,
na revista pornô,
ou na Bíblia do crente.

Papel da receita,
papel do convite,
papel que aceita,
papel que demite.

Há sempre um papel
que neste país,
quer fazer desta gente
um povo feliz.

Papel assinado,
sempre papel,
papel arquivado,
apenas papel.

Do Livro: Sob o olhar da poesia
De: Ildebrando Pereira da Silva