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sábado, 31 de janeiro de 2015
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
Um livro de presente - Basta clicar
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Um presente pra quem gosta de poesia.
Participei deste concurso literário e tive um poema classificado para fazer parte da coletânea. O organizador Waldeck de Jesus, disponibilzou o livro no formato PDF para baixar. É gratuito. Meu poema "Descartes de pensamentos" está na página 82.(também está aqui no BLOG)Foi um
concurso sério e muito bem organizado. Já recebi meu livro impresso.
Um presente pra quem gosta de poesia.
Participei deste concurso literário e tive um poema classificado para fazer parte da coletânea. O organizador Waldeck de Jesus, disponibilzou o livro no formato PDF para baixar. É gratuito. Meu poema "Descartes de pensamentos" está na página 82.(também está aqui no BLOG)Foi um
concurso sério e muito bem organizado. Já recebi meu livro impresso.
Reação em cadeia
Sonhei! Eu
era um cientista,
muito
conceituado,
no mundo
conhecido,
pela conduta
ilibada.
Não me
rendia a nada,
buscava
sempre uma saída,
não aceitava
a desonestidade,
a corrupta
sociedade.
Achava que
deveria mudar tudo,
consertar os
erros do mundo,
realizar uma
transformação.
Em uma de
minhas pesquisas
fiz uma
incrível descoberta:
Uma molécula
de oxigênio aberta,
associada
com outro gás
seria
infinitamente capaz,
de uma
reação em cadeia
alterar a
nossa atmosfera.
Era o gás da
honestidade.
Quem não
tivesse integridade,
não fosse
honesto de verdade,
certamente,
iria sucumbir.
Na primeira
respiração.
Foi uma
calamidade,
em toda a
humanidade,
uma grande
assolação.
Fiquei
impressionado,
com aquele
resultado
que o meu
gás provocou.
Pensei: Acabei
com o mundo.
Foi uma
questão de segundo.
Quando olhei
pela janela
vi pessoas
caminhando.
Corri ao
encontro delas.
Havia
sobreviventes,
uma prova
consistente,
da presença
da honestidade.
Ao me
aproximar, no entanto,
tamanho foi
meu espanto,
eles estavam
protegidos
por uma
máscara contra o gás,
impedindo a
sua reação.
Perguntei
com indignação:
E os
honestos, onde estão?
De repente,
me encontrei
diante de um
espelho
E para minha
decepção,
Vi na imagem
refletida
Que eu
também, usava proteção.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
Compartilhando as alegrias
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
Soneto de fidelidade
De tudo ao
meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinícius de Moraes
O poeta
Não importa o lugar em que o poeta esteja,
pois, sua alma sempre lateja.
No peito vibrante, com muita emoção,
no compasso da vida vai seu coração.
Não importa o momento e o que aconteça,
há sempre um verso em sua cabeça.
A grande alegria, a forte tristeza,
a nostalgia,a natureza,
fazem brotar a doce poesia
nas sombras da noite, na luz do dia
A todo momento, em qualquer situação,
há sempre um verso em seu coração
Do meu primeiro Livro "Fantasia"
pois, sua alma sempre lateja.
No peito vibrante, com muita emoção,
no compasso da vida vai seu coração.
Não importa o momento e o que aconteça,
há sempre um verso em sua cabeça.
A grande alegria, a forte tristeza,
a nostalgia,a natureza,
fazem brotar a doce poesia
nas sombras da noite, na luz do dia
A todo momento, em qualquer situação,
há sempre um verso em seu coração
Do meu primeiro Livro "Fantasia"
Eu e o tempo
Eu fiz um acordo com o tempo...
Nem ele me persegue, nem eu fujo dele...
Qualquer dia
a gente se encontra e,
Dessa forma, vou vivendo
Intensamente cada momento...
Mário Lago
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
Unir o verso
Unir o
verso,
imerso no infinito.
Fazer com o
verso,
a cura para o aflito
Trazer pelo
inverso
a imagem de frente.
Ligar o adverso
do futuro ao
presente
No caminho
transverso
passear com os medos.
passear com os medos.
Pelo mundo diverso
me perder nos segredos.
Me encontrar
no universo,
envolto pela fantasia,
juntar todos os versos
para decifrar a poesia.Poeminha do contra
Todos
estes que aí estão
Atravancando
o meu caminho,
Eles
passarão.
Eu
passarinho!
Poema
de Mário Quintana
Aborto poético
A gestação poética está delicada,
o coração corre perigo,
o poeta sem hesitar aborta o verso
para continuar vivo.
Do livro Sob o olhar da poesia
o coração corre perigo,
o poeta sem hesitar aborta o verso
para continuar vivo.
Do livro Sob o olhar da poesia
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
Amor é um fogo que arde sem se ver
Amor
é fogo que arde sem se ver;
É ferida
que dói e não se sente;
É um contentamento desconte;
É dor que desatina sem doer.
É um querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É um nunca contentar-se e contente;
É um cuidar que se ganha sem se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade;
mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo amor?
Poema escrito por Luís Vaz de Camões
Há mais de 400 anos.
Foi usado na música Monte Castelo do Legião Urbana
Onde Renato Russo fez uma harmonia entre ele
E um trecho do texto bíblico
Da Primeira Carta de Paulo aos Coríntios, 13.
É um contentamento desconte;
É dor que desatina sem doer.
É um querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É um nunca contentar-se e contente;
É um cuidar que se ganha sem se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade;
mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo amor?
Poema escrito por Luís Vaz de Camões
Há mais de 400 anos.
Foi usado na música Monte Castelo do Legião Urbana
Onde Renato Russo fez uma harmonia entre ele
E um trecho do texto bíblico
Da Primeira Carta de Paulo aos Coríntios, 13.
Do amoroso esquecimento
Eu
agora – que desfecho!
Já
nem penso mais em ti...
Mas
será que nunca deixo
De
lembrar que te esqueci?
Do
grande poeta Mário Quintana
A casa da copa
Promovemos a
copa,
rebaixamos a
cozinha.
Dela tiramos
o pão,
o arroz, o
feijão e a farinha.
Promovemos a
copa,
e na sala
não há nada.
Falta sofá,
falta poltrona.
Só tem
cadeira quebrada.
Promovemos a
copa,
e o quarto
foi esquecido.
O conforto,
a cama, o colchão,
Dele, tudo
foi banido.
Promovemos a
copa,
e o coitado
do banheiro?
Falta louça,
torneira e bacia,
e até mesmo
o chuveiro.
Promovemos a
copa,
e
abandonamos o jardim,
trocamos a
beleza das flores
pela frieza
do capim.
Promovemos a
copa,
e perdemos a
primazia,
da água, do esgoto
e também da
energia.
Promovemos a
copa,
E perdemos a
noção,
de que uma
casa se completa
no propósito
da união.Parafraseando Pessoa
O
político representador
representa
perfeitamente,
que
assume como sua dor,
a dor que
o povo sente.domingo, 25 de janeiro de 2015
Os 101 EFES
Uma bricadeira usando a letra EFE
Fiz um fado fracionado
falando da freira Felícia Fabrícia no feriado foi feliz na feira, fantasiada de
fantoche, falando francês fluente, com o frei franciscano Fernando de Franco
Fagundes, fanático no futebol do Figueirense, figurava fardado de ferreiro
fanfarrão. Faminto, o folgado furtou as frutas finlandesas do fariseu, feirante
famigerado, que ficou furioso, falou fanhoso, ferindo facilmente com faca fina
o frágil furúnculo do freguês franzino, fulano famoso na freguesia federal,
filho da família fidalga, fabricante de fraldas e fronhas, que fraturou o
fêmur, ficando fraco e febril. Falido, faleceu na fila em frente à fachada
florida da farmácia “Os fortes ficarão” Foi feito um filme fantástico falando
do fato funesto. Fizeram fogo fenomenal no fogão da favela do Fecha a fossa. A
farofa fumegou na frigideira. A fumaceira foi fatal. A fita fracassou. Falando
francamente, o final focado no falecido ficou fraquinho.
Propaganda gratuita
Matava era assassino,
roubava era ladrão.
Hoje, ganha repercussão.
vai para o horário nobre,
vira capa de revista,
concede entrevistas,
no rádio e na televisão.
É destaque nos jornais
e nas redes sócias,
ganha muitos seguidores.
Sabem tudo de sua vida,
Até o tipo de comida,
Da sua bela refeição.
Inversão de valores!
Cuida do menor carente,
do idoso é assistente,
faz trabalho voluntário
em casa de recuperação.
é arrimo da sua família,
com um mísero salário,
Um pobre operário,
que batalha pelo pão.
Estes e tantos outros,
Estão no anonimato,
Não há nenhuma divulgação.
Afinal de contas ser honesto,
não é mais que obrigação.
Para que fazer publicidade?
Não há a necessidade!
Pois, a nossa honestidade,
está em fase de extinção.
sábado, 24 de janeiro de 2015
Jogo da vida
Palavras
soltas,
entrelinhas
ao vento,
bailam
indecisas
no pensamento.
Peças isoladas
no jogo
da vida.
Tudo ou nada?
Fim ou
saída?
A carta
na manga,
continua
guardada,
e o xeque-mate
na hora marcada.
quebra- cabeça,
só não quebra
a solidão,
da peça que falta
no meu coração.Perdoa-me
Perdoa-me pelo muito que te amo,
Por todas as lágrimas derramadas
Em todo pranto que chorei.
Perdoa-me pelas noites que passei em claro
E por todas as vezes que te procurei.
Perdoa-me por ter pensado tanto em ti
E ter-me esquecido de mim.
Perdoa-me por ter feito de ti
O meu sonho e a minha realidade.
Perdoa-me por ter-te transformado
Na minha razão de viver
E na própria razão de estar morrendo.
Perdoa-me pelo tempo roubado,
Pelos beijos e carinhos que a ti entreguei,
Pelos momentos felizes que a teu lado passei.
Perdoa-me por ser tão apaixonado
E querer estar sempre contigo te fazendo feliz.
Perdoa-me se em tua vida eu fui o certo errado,
A certeza incerta, o remédio envenenado.
Perdoa-me se eu fui a descoberta encoberta,
O inocente culpado.
Perdoa-me!
Perdoa-me por ter-te perdoado.
Do meu primeiro livro (Fantasia) escrito em 1989
Movido pelo medo
Tenho
muita coragem
para
contar um segredo:
A minha
viagem,
É movida
pelo medo.
O medo da
guerra,
mostra-me o
caminho da paz.
O medo do
fracasso,
mostra-me do
que sou capaz.
O medo da
prisão,
mostra-me a liberdade.
O medo da
mentira,
me faz
encontrar a verdade.
O medo do
fogo,
me faz
atravessar o rio.
O medo de
perder,
me faz
encarar o desafio.
O medo da
escuridão,
me faz
buscar a saída.
O medo da
morte,
me faz lutar
pela vida.sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
Uma música, uma poesia
Ora ( direis ) ouvir
estrelas!
Certo, perdeste o senso!
E eu vos direi, no entanto
Que, para ouvi-las,
muitas vezes desperto
E abro as janelas, pálido de espanto
E conversamos toda a noite,
enquanto a Via láctea,
Certo, perdeste o senso!
E eu vos direi, no entanto
Que, para ouvi-las,
muitas vezes desperto
E abro as janelas, pálido de espanto
E conversamos toda a noite,
enquanto a Via láctea,
como um pálio aberto,Cintila.
E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas?
Que sentido tem o que dizem,
quando estão contigo? "
E eu vos direi:
"Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas
E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas?
Que sentido tem o que dizem,
quando estão contigo? "
E eu vos direi:
"Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas
Poesia de Olavo Bilac
Réu confesso
Prometo dizer a verdade,
Nada além da verdade,
Sem nenhuma obstrução.
Revelar a identidade,
Diante da autoridade
Sem medo da punição.
Vou dar o testemunho,
Escrever de próprio punho
A minha pura confissão:
Fui eu quem matou a saudade,
Em perfeita cumplicidade
Com meu aflito coração.Miragem
Perdido no deserto
sem oásis por perto,
que acolha mim.
Caminho sedento,
sem discermimento
entre o início e o fim.
Na areia o calor,
no peito a dor,
na alma a ferida.
Nas dunas, a miragem
me empresta a coragem
de insistir pela vida.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
domingo, 18 de janeiro de 2015
Eu queria tão pouco
de uma poetisa da nossa cidade (Lorena) Inez Valle Neves, a qual tive o privilégio de declamar no lançamento do seu livro.
Verdade
Quando queremos dizer uma verdade, mas, no fundo desejamos
que não acreditem nela, por diversas razões, usamos um tom de brincadeira, de
deboche e até mesmo de ironia para disfarçar o seu real conteúdo.
Marcelino era uma pessoa que fazia isso com frequência e com
extrema habilidade. Era comum ouvir a pergunta: Está falando sério ou é
brincadeira? Realmente ele possuía este dom de deixar um ponto de interrogação
em relação as suas afirmações.
Assim, quando se sentia triste, chateado com alguma coisa em
casa ou no trabalho, dizia: Vou para a casa da Zoquinha. Lá encontro o que
preciso para afastar a tristeza.
No início perguntavam: Quem é essa Zoquinha? E naquele tom
que lhe era peculiar, respondia: É minha amante. Todos riam.
O interessante é que depois de ir à casa da tal Zoquinha ele
retornava com um sorriso, uma alegria contagiante, parecia ter passado por uma
transformação.
Isso fazia com que todos ficassem intrigados e se
perguntassem: Quem será essa Zoquinha? Será uma psicóloga ou uma psicanalista
onde ela derrama suas angústias? Será que é algum bar onde ele encontra outros
amigos e se distrai? Será alguma igreja que ele frequenta, onde desabafa e
encontra respostas para seus conflitos interiores?
Por mais que se questionassem ninguém chegava a uma conclusão
sobre qual seria o real significado da expressão “vou à casa da Zoquinha”.
Às vezes sentia vontade de comer alguma coisa diferente em
casa e pedia para sua esposa fazer ela respondia: Peça para a Zoquinha. Com
certeza ela fará muito bem. Claro que ela estava brincando, pois, era comum
alguém dizer a ele: Vá para a casa da Zoquinha.
Um dia Marcelino foi surpreendido por um infarto fulminante.
Aquela saúde que parecia ser imbatível não foi suficiente para segurar a oculta
fragilidade de seu coração.
No velório, amigos, familiares e colegas de trabalho notaram
a presença de uma pessoa, aparentemente desconhecida de todos, que não saia de
perto do caixão. Era uma mulher de baixa estatura, vestida de negro, como que
simbolizando um luto íntimo e profundo, que chorava constantemente. Sua
tristeza aparentava ser a maior entre todos os presentes.
A viúva, impaciente com aquela cena dirigiu-se até ela e
perguntou?
- Quem é você? Qual o seu nome?
- Sou a Zoquinha!
sábado, 17 de janeiro de 2015
Arquivo de profissões
O tempo
passa,
vem a
mudança,
transforma o
presente
em pura
lembrança.
Por onde
anda
o acendedor
de lampiões,
que era
vizinho do leiteiro,
datilógrafo
de belas canções?
E o pianista
de cinema?
Foi só a
tela falar,
virou
caixeiro viajante,
mudou-se
para outro lugar.
E o
calceteiro
que calçava
tão bem as ruas?
Em companhia
do cocheiro
foi por
caminhos de pedras nuas.
O foguista
da locomotiva,
levou o
telegrafista,
em uma
viagem sem volta,
com o
alfaiate e a telefonista.
Hoje, a
caneta do poeta
não conhece
mais o caneteiro,
e o relógio
das horas incertas
não sabe do
relojoeiro.
E nas mãos do
arquivista
ficou toda
memória,
do
motorneiro e cobrador,
que partiram
no bonde da história.
O que é poesia?
Texto premiado
Deixe seu comentário sobre este texto e ganhe um livro Sob o olhar da poesia em PDF
Diferentemente de um
texto em prosa, o poema carrega em seu teor um alto grau de sentimento em todos
os versos. Esse sentimento é a poesia, é o que vem do interior do homem-poeta,
ser que vive, pensa e respira através de sentimentos que afloram da sua pele
nos momentos mais incomuns, mais estranhos, talvez até em locais impróprios.
No poema nada é apenas
explicativo. Não se pode perder tempo, nem letra nem palavra, que o tempo e o
espaço são geralmente curtos, e o poeta
não pode se dar ao luxo de desperdiçar uma rima, uma ideia, um sentimento. Na
prosa, inventamos e criamos situações desproporcionais. No poema, a poesia é e
deve ser apenas verdade, aquela verdade que vem da nossa realidade, das nossas
experiências de vida ao longo de anos de sofrimentos e felicidades, amores e
desamores, alegrias e decepções. Até aquelas emoções que muitas vezes chamamos
de passageiras, nas palavras do poeta se traduz em algo representativo,
importante, que merece ser lembrado. Pois, antes de tudo, o poeta é um
sofredor, é alguém que sofre até na felicidade de suas linhas, da saudade de
tempos vividos ou mesmo apenas imaginado, tirando de dentro de suas entranhas o
que lhe é mais sagrado: sua verdade. Mesmo que essa verdade ainda vá acontecer.
O poeta, desta forma, é
um ser que o tempo inteiro nos leva a conhecer seu interior, desnudando-se
completamente, sem medo de que façamos considerações sobre sua forma de pensar
e de ver as coisas do mundo. Ao menos é assim o poeta que se deixa publicar,
que libera seus escritos para que possamos compartilhar sua existência, seus
sonhos, emoções e até suas fantasias.
Trecho do Prefácio do meu Livro
Sob o olhar da poesia, elaborado pelo
Editor
Antonio Marcos Cavalheiro
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
Ser humano
Sou
humano,
embora não pareça.
Quando
irritado,
perco a
cabeça.
Quebro as
regras
de
educação,
troco as
boas maneiras
por um
palavrão.
Sou muito
bom,
mas, não
mexa comigo,
pois, no
fundo
sou um perigo.
Do céu ao
inferno
vou em um
segundo.
Simples palavras
destroem meu
mundo.
Sou
humano,
embora não
pareça.
Sou um
bicho
que às vezes
pensa!quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
Vida
Batatinha
quando nasce
logo vira
gente grande,
vai embora
para cidade,
deixa a
terra onde nasceu
e um mundo todo seu
para buscar felicidade.
E em um saco de ilusão,
coloca seu coração ,
espera algum
dia
ser a sopa
vespertina,
ou um prato de cantina,
dar a vida
com alegria. Tribo moderna
Ocas de cimento armado,
selvagens habitantes,
embrenhados na selva
da fria indiferença.
Rostos estranhos, marcados,
pela pintura do cotidiano
corpos disfarçados
no colorido opaco
das fantasias sob medida,
dançam no vai-e-vem
das imensas clareiras.
A pajelança desorientada
consulta aos deuses,
estranhamente perdidos.
A aldeia confusa,
ouve o grito sem nexo
do cacique que ordena
a sorte do povo.
Os tambores das armas
declaram a guerra
do individualismo,
silenciando vidas,
dilacerando corpos.
E sobre os caminhos
manchados de sangue,
restam as pegadas
deste ser indomável
chamado “ Homem Civilizado”.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
Ser esperança
Procuro meu
espaço
tiro uma
faca do aço,
corto o
espinho da flor.
Liberto a pomba do laço,
troco a
força do braço
pela ternura
do amor
Faço da
terra o céu,
navego em barcos de papel
na fúria do
oceano.
Nunca vi
Papai Noel,
o brilho de
um anel,
calado não reclamo.
Dia-a-dia
pela vida,
nesta longa
avenida,
marcho
ao som do bombardino.
E da janela
escancarada,
na mais bela
alvorada,
cumpro as ordens do destino.
Faço sempre
minha parte,
vivo com
muita arte
as cenas do picadeiro.
vou levando
o estandarte,
sou capa,
sou encarte,
princípio,
derradeiro.
Sou o
infinito da aliança,
a riqueza de uma herança,
o credo de
um ateu.
Sou apenas
esperança,
simplesmente uma criança
que seus
direitos perdeu.Do livro: Sob o olhar da poesia
De: Ildebrando Pereira da Silva
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
Mágico sem cartola
Sou mágico
sem cartola,
perdido na
multidão,
transformando
salário mínimo
em minha
sustentação.
Minha bela
assistente
é a
previdência social,
mas, mágico
não fica doente.
é quase um
imortal.
As cartas
que trago na manga,
são todas as
contas vencidas,
e o carnê da
prestação, é a varinha
de condão,
que ampara as dívidas.
Sou mágico
sem cartola,
sem escola,
sem instrução,
mas, não
quero o poder da esmola.
Quero reverter a situação.
Sou mágico
sem cartola
de onde
tirar o futuro,
pois, o
passado é ausente
e o presente
inseguro.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
Impossível
Como
atingir:
A velocidade
da luz,
a
imortalidade,
o infinito e
a eternidade?
Impossível?
Talvez não!
Como sondar:
a retina, o
cérebro,
o pensamento
e o futuro?
Impossível?
Talvez não!
O que fazer:
Para chegar
aos teus braços,
conhecer o
teu sabor,
invadir tua
fortaleza
e conquistar o teu amor?
Impossível?
Completamente.
Até que
proves
O contrário!
POEMA PREMIADO DO DIA 14/01/2015
domingo, 11 de janeiro de 2015
Telegrafia
Naquela mesa
de bar
enquanto lia
a revista
ele era
observado
por dois
telegrafistas.
Eles riam
sem parar
Tomando mais
uma dose,
E a conversa
era feita
Através do
código Morse.
Nossa que
cara mais feio,
É feio como
ninguém,
O outro
ainda acrescenta:
Mais feio
que o Frankestein.
Enquanto
ainda riam,
Ele fecha
sua revista,
Bate com o
dedo na mesa:
Também sou
telegrafista.
Proteção
Na camisa de
Vênus
encontro energia
que à
sanidade reforça
e impede que
algum dia
eu precise
da camisa de força.sexta-feira, 9 de janeiro de 2015
O Poeta em Pessoa
Quem disse
que o poeta finge?
Será que foi
Platão?
Teria sido
Camões?
Ou seria
Drummond?
Quem disse
que o poeta finge
E engana
tanta gente
Fingindo que
a sua dor
Da dos
outros é diferente?
Quem disse
que o poeta finge?
Só Fernando sabia
bem,
Pois, tinha
em sua Pessoa,
Tudo que o
poeta tem.
O que é Simpatia
Uma belíssima poesia de Casimiro de Abreu
Patrono da Cadeira Nº 01 da ALLARTE
Simpatia - é o sentimento
Que nasce num só momento,
Sincero, no coração;
São dois olhares acesos
Bem juntos, unidos, presos
Numa mágica atração.
Simpatia - são dois galhos
Banhados de bons orvalhos
Nas mangueiras do jardim;
Bem longe às vezes nascidos,
Mas que se juntam crescidos
E que se abraçam por fim.
São duas almas bem gêmeas
Que riem no mesmo riso,
Que choram nos mesmos ais;
São vozes de dois amantes,
Duas liras semelhantes,
Ou dois poemas iguais.
Simpatia - meu anjinho,
É o canto do passarinho,
É o doce aroma da flor;
São nuvens dum céu d'Agôsto,
É o que m'inspira teu rosto...
- Simpatia - é - quase amor!
As mãos
As mãos no
contexto
da História
Universal,
contribuíram
para o bem,
também
fizeram tanto mal.
Mãos que
deram vida
à Capela
Sistina.
Mãos que
arrasaram
Nagasaki e
Hiroshima.
Mãos que
manipularam
A fórmula da
penicilina.
Mãos que
refinaram
a maldita
cocaína.
Mãos que
editaram
as melhores
enciclopédias.
Mãos que provocaram
enormes
tragédias.
Mãos que
erigiram
os maiores
edifícios,
Mãos que
praticaram
terríveis
sacrifícios.
Muitas mãos
escreveram
a História
Universal.
duas
deixaram
um grande
sinal.
Mãos
estendidas,
repletas de
luz.
Mãos que dão
vida,
no milagre
da Cruz.
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