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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Um livro de presente - Basta clicar

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Um presente pra quem gosta de poesia.
Participei deste concurso literário e tive um poema classificado para fazer parte da coletânea. O organizador Waldeck de Jesus, disponibilzou o livro no formato PDF para baixar. É gratuito. Meu poema "Descartes de pensamentos" está na página 82.(também está aqui no BLOG)Foi um
 concurso sério e muito bem organizado. Já recebi meu livro impresso.


Reação em cadeia

Sonhei! Eu era um cientista,
muito conceituado,
no mundo conhecido,
pela conduta ilibada.
Não me rendia a nada,
buscava sempre uma saída,
não aceitava a desonestidade,
a corrupta sociedade.
Achava que deveria mudar tudo,
consertar os erros do mundo,
realizar uma transformação.
Em uma de minhas pesquisas
fiz uma incrível descoberta:
Uma molécula de oxigênio aberta,
associada com outro gás
seria infinitamente capaz,
de uma reação em cadeia
alterar a nossa atmosfera.
Era o gás da honestidade.
Quem não tivesse integridade,
não fosse honesto de verdade,
certamente, iria sucumbir.
Na primeira respiração.
Foi uma calamidade,
em toda a humanidade,
uma grande assolação.
Fiquei impressionado,
com aquele resultado
que o meu gás provocou.
Pensei: Acabei com o mundo.
Foi uma questão de segundo.
Quando olhei pela janela
vi pessoas caminhando.
Corri ao encontro delas.
Havia sobreviventes,
uma prova consistente,
da presença da honestidade.
Ao me aproximar, no entanto,
tamanho foi meu espanto,
eles estavam protegidos
por uma máscara contra o gás,
impedindo a sua reação.
Perguntei com indignação:
E os honestos, onde estão?
De repente, me encontrei
diante de um espelho
E para minha decepção,
Vi na imagem refletida
Que eu também, usava proteção.




Mundo inverso


Desistir



quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Soneto de fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinícius de Moraes

O poeta

Não importa o lugar em que o poeta esteja,
pois, sua alma sempre lateja.

No peito vibrante,  com muita emoção,
no compasso da vida  vai seu coração.

Não importa o momento  e o que aconteça,
há sempre um verso em sua cabeça.

A grande alegria, a forte tristeza,
a nostalgia,a natureza,

fazem brotar a doce poesia
nas sombras da noite, na luz do dia

A todo momento, em qualquer situação,
há sempre um verso em seu coração

Do meu primeiro Livro "Fantasia"


Eu e o tempo


Eu fiz um acordo com o tempo...
Nem ele me persegue, nem eu fujo dele...
Qualquer  dia a gente se encontra e,
Dessa forma, vou vivendo
Intensamente cada momento...



Mário Lago

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Pão de urna


Unir o verso

Unir o verso,                        
 imerso no infinito.                        
Fazer com o verso,                                     
 a cura para o aflito

Trazer pelo inverso        
 a imagem de frente.
 Ligar o adverso        
do futuro ao presente

No caminho transverso
 passear com os medos.      
 Pelo mundo diverso                 
 me perder nos segredos.

Me encontrar no universo,
 envolto pela fantasia,    
 juntar todos os versos      
 para decifrar a poesia.

Relógio

Mais um pouquinho deste grande poeta

Poeminha do contra

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!


Poema de Mário Quintana


Aborto poético

A gestação poética está delicada,
o coração corre perigo,
o poeta sem hesitar aborta o verso
para continuar vivo.

Do livro Sob o olhar da poesia

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Amor é um fogo que arde sem se ver


Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento desconte;
É dor que desatina sem doer.

É um querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É um nunca contentar-se e contente;
É um cuidar que se ganha sem se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade;

mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo amor?

Poema escrito por Luís Vaz de Camões
Há mais de 400 anos.
Foi usado na música Monte Castelo do Legião Urbana
Onde Renato Russo fez uma harmonia entre ele
E um trecho do texto bíblico
Da Primeira Carta de Paulo aos Coríntios, 13.


Do amoroso esquecimento

Eu agora – que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?


Do grande poeta Mário Quintana

A casa da copa

Promovemos a copa,
rebaixamos a cozinha.
Dela tiramos o pão,
o arroz, o feijão e a farinha.

Promovemos a copa,
 e na  sala não há nada.
Falta sofá, falta poltrona.
Só tem cadeira quebrada.

Promovemos a copa,
e o quarto foi esquecido.
O conforto, a cama, o colchão,
Dele, tudo foi banido.

Promovemos a copa,
e o coitado do banheiro?
Falta louça, torneira e bacia,
e até mesmo o chuveiro.

Promovemos a copa,
e abandonamos o jardim,
trocamos a beleza das flores
pela frieza do capim.

Promovemos a copa,
e perdemos a primazia,
 da água, do esgoto
e também da energia.

Promovemos a copa,
E perdemos a noção,
de que uma casa se completa
no propósito da união.


Parafraseando Pessoa

O político representador
representa perfeitamente,
que assume como sua dor,
a dor que o povo sente.


domingo, 25 de janeiro de 2015

Os 101 EFES

Uma bricadeira usando a letra EFE

Fiz um fado fracionado falando da freira Felícia Fabrícia no feriado foi feliz na feira, fantasiada de fantoche, falando francês fluente, com o frei franciscano Fernando de Franco Fagundes, fanático no futebol do Figueirense, figurava fardado de ferreiro fanfarrão. Faminto, o folgado furtou as frutas finlandesas do fariseu, feirante famigerado, que ficou furioso, falou fanhoso, ferindo facilmente com faca fina o frágil furúnculo do freguês franzino, fulano famoso na freguesia federal, filho da família fidalga, fabricante de fraldas e fronhas, que fraturou o fêmur, ficando fraco e febril. Falido, faleceu na fila em frente à fachada florida da farmácia “Os fortes ficarão” Foi feito um filme fantástico falando do fato funesto. Fizeram fogo fenomenal no fogão da favela do Fecha a fossa. A farofa fumegou na frigideira. A fumaceira foi fatal. A fita fracassou. Falando francamente, o final focado no falecido ficou fraquinho.

Propaganda gratuita

Matava era assassino,
roubava era ladrão.
Hoje, ganha repercussão.
vai para o horário nobre,
vira capa de revista,
concede entrevistas,
no rádio e na televisão.
É destaque nos jornais
e nas redes sócias,
ganha muitos seguidores.
Sabem tudo de sua vida,
Até o tipo de comida,
Da sua bela refeição.
Inversão de valores!
Cuida do menor carente,
do idoso é assistente,
faz trabalho voluntário
em casa de recuperação.
é arrimo da sua  família,
com um mísero salário,
Um pobre operário,
que batalha pelo pão.
Estes e tantos outros,
Estão no anonimato,
Não há nenhuma divulgação.
Afinal de contas ser honesto,
não é mais que obrigação.
Para que fazer publicidade?
Não há a necessidade!
Pois, a nossa honestidade,
está em fase de extinção.


Contando o tempo


sábado, 24 de janeiro de 2015

Jogo da vida

Palavras soltas,
entrelinhas ao vento,
bailam indecisas
 no pensamento.
 Peças isoladas
  no jogo da vida.
  Tudo ou nada?
  Fim ou saída?
  A carta na manga,
  continua guardada,
  e o xeque-mate
 na hora marcada.
  quebra- cabeça,
  só não quebra
  a solidão,
  da peça que falta
  no meu coração.



Perdoa-me

Perdoa-me pelo muito que te amo,
Por todas as lágrimas derramadas
Em todo pranto que chorei.
Perdoa-me pelas noites que passei em claro
E por todas as vezes que te procurei.
Perdoa-me por ter pensado tanto em ti
E ter-me esquecido de mim.
Perdoa-me por ter feito de ti
O meu sonho e a minha realidade.
Perdoa-me por ter-te transformado
Na minha razão de viver
E na própria razão de estar morrendo.
Perdoa-me pelo tempo roubado,
Pelos beijos e carinhos que a ti entreguei,
Pelos momentos felizes que a teu lado passei.
Perdoa-me por ser tão apaixonado
E querer estar sempre contigo te fazendo feliz.
Perdoa-me se em tua vida eu fui o certo errado,
A certeza incerta, o remédio envenenado.
Perdoa-me se eu fui a descoberta encoberta,
O inocente culpado.
Perdoa-me!
Perdoa-me por ter-te perdoado.


Do meu primeiro livro (Fantasia)  escrito em 1989


Movido pelo medo

Tenho muita coragem
para contar um segredo:
A minha viagem,
É movida pelo medo.

O medo da guerra,
mostra-me o caminho da paz.
O medo do fracasso,
mostra-me do que sou capaz.

O medo da prisão,
mostra-me a  liberdade.
O medo da mentira,
me faz encontrar a verdade.

O medo do fogo,
me faz atravessar o rio.
O medo de perder,
me faz encarar o desafio.

O medo da escuridão,
me faz buscar a saída.
O medo da morte,
me faz lutar pela vida.


sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Uma música, uma poesia


Ora ( direis ) ouvir estrelas!
Certo, perdeste o senso!
E eu vos direi, no entanto
Que, para ouvi-las,
muitas vezes desperto
E abro as janelas, pálido de espanto

E conversamos toda a noite,
enquanto a Via láctea,

como um pálio aberto,Cintila.
E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas?
Que sentido tem o que dizem,
quando estão contigo? "

E eu vos direi:
"Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas

Poesia de Olavo Bilac

Réu confesso

Prometo dizer a verdade,
Nada além da verdade,
Sem nenhuma obstrução.
Revelar a identidade,
Diante da autoridade
Sem medo da punição.
Vou dar o testemunho,
Escrever de próprio punho
A minha pura  confissão:
Fui eu quem matou a saudade,
Em perfeita cumplicidade
Com meu aflito coração.



Miragem

Perdido no deserto
sem oásis por perto,
que acolha mim.
Caminho sedento,
sem discermimento 
entre o início e o fim.

Na areia o calor,
no peito a dor,
na alma a ferida.
Nas dunas, a miragem
me empresta a coragem
de insistir pela vida.


domingo, 18 de janeiro de 2015

Voámos em contramão


Eu queria tão pouco


Compartilho com nossos leitores uma poesia
de uma poetisa da nossa cidade (Lorena) Inez Valle Neves, a qual tive o privilégio de declamar no lançamento do seu livro.

Sem medo


Verdade


Quando queremos dizer uma verdade, mas, no fundo desejamos que não acreditem nela, por diversas razões, usamos um tom de brincadeira, de deboche e até mesmo de ironia para disfarçar o seu real conteúdo.
Marcelino era uma pessoa que fazia isso com frequência e com extrema habilidade. Era comum ouvir a pergunta: Está falando sério ou é brincadeira? Realmente ele possuía este dom de deixar um ponto de interrogação em relação as suas afirmações.
Assim, quando se sentia triste, chateado com alguma coisa em casa ou no trabalho, dizia: Vou para a casa da Zoquinha. Lá encontro o que preciso para afastar a tristeza.
No início perguntavam: Quem é essa Zoquinha? E naquele tom que lhe era peculiar, respondia: É minha amante. Todos riam.
O interessante é que depois de ir à casa da tal Zoquinha ele retornava com um sorriso, uma alegria contagiante, parecia ter passado por uma transformação.
Isso fazia com que todos ficassem intrigados e se perguntassem: Quem será essa Zoquinha? Será uma psicóloga ou uma psicanalista onde ela derrama suas angústias? Será que é algum bar onde ele encontra outros amigos e se distrai? Será alguma igreja que ele frequenta, onde desabafa e encontra respostas para seus conflitos interiores?
Por mais que se questionassem ninguém chegava a uma conclusão sobre qual seria o real significado da expressão “vou à casa da  Zoquinha”.   
Às vezes sentia vontade de comer alguma coisa diferente em casa e pedia para sua esposa fazer ela respondia: Peça para a Zoquinha. Com certeza ela fará muito bem. Claro que ela estava brincando, pois, era comum alguém dizer a ele: Vá para a casa da Zoquinha.
Um dia Marcelino foi surpreendido por um infarto fulminante. Aquela saúde que parecia ser imbatível não foi suficiente para segurar a oculta fragilidade de seu coração.
No velório, amigos, familiares e colegas de trabalho notaram a presença de uma pessoa, aparentemente desconhecida de todos, que não saia de perto do caixão. Era uma mulher de baixa estatura, vestida de negro, como que simbolizando um luto íntimo e profundo, que chorava constantemente. Sua tristeza aparentava ser a maior entre todos os presentes.
A viúva, impaciente com aquela cena dirigiu-se até ela e perguntou?
- Quem é você? Qual o seu nome?

- Sou a Zoquinha!

sábado, 17 de janeiro de 2015

Arquivo de profissões

O tempo passa,
vem a mudança,
transforma o presente
em pura lembrança.

Por onde anda
o acendedor de lampiões,
que era vizinho do leiteiro,
datilógrafo de belas canções?

E o pianista de cinema?
Foi só a tela falar,
virou caixeiro viajante,
mudou-se para outro lugar.

E o calceteiro
que calçava tão bem as ruas?
Em companhia do cocheiro
foi por caminhos de pedras nuas.

O foguista da locomotiva,
levou o telegrafista,
em uma viagem sem volta,
com o alfaiate e a telefonista.

Hoje, a caneta do poeta
não conhece mais o caneteiro,
e o relógio das horas incertas
não sabe do relojoeiro.

E nas mãos do arquivista
ficou toda memória,
do motorneiro e cobrador,
que partiram no bonde da história.

O que é poesia?

Texto premiado

Deixe seu comentário sobre este texto e ganhe  um livro Sob o olhar da poesia em PDF



Diferentemente de um texto em prosa, o poema carrega em seu teor um alto grau de sentimento em todos os versos. Esse sentimento é a poesia, é o que vem do interior do homem-poeta, ser que vive, pensa e respira através de sentimentos que afloram da sua pele nos momentos mais incomuns, mais estranhos, talvez até em locais impróprios.
No poema nada é apenas explicativo. Não se pode perder tempo, nem letra nem palavra, que o tempo e o espaço são  geralmente curtos, e o poeta não pode se dar ao luxo de desperdiçar uma rima, uma ideia, um sentimento. Na prosa, inventamos e criamos situações desproporcionais. No poema, a poesia é e deve ser apenas verdade, aquela verdade que vem da nossa realidade, das nossas experiências de vida ao longo de anos de sofrimentos e felicidades, amores e desamores, alegrias e decepções. Até aquelas emoções que muitas vezes chamamos de passageiras, nas palavras do poeta se traduz em algo representativo, importante, que merece ser lembrado. Pois, antes de tudo, o poeta é um sofredor, é alguém que sofre até na felicidade de suas linhas, da saudade de tempos vividos ou mesmo apenas imaginado, tirando de dentro de suas entranhas o que lhe é mais sagrado: sua verdade. Mesmo que essa verdade ainda vá acontecer.
O poeta, desta forma, é um ser que o tempo inteiro nos leva a conhecer seu interior, desnudando-se completamente, sem medo de que façamos considerações sobre sua forma de pensar e de ver as coisas do mundo. Ao menos é assim o poeta que se deixa publicar, que libera seus escritos para que possamos compartilhar sua existência, seus sonhos, emoções e até suas fantasias.

Trecho do Prefácio do meu Livro
Sob o olhar da poesia, elaborado pelo Editor

Antonio Marcos Cavalheiro

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Ser humano

Sou humano,          
 embora não pareça.             
Quando irritado,       
perco a cabeça.

Quebro as regras       
de educação,          
troco as boas maneiras
por um palavrão.

Sou muito bom,     
mas, não mexa comigo,
pois, no fundo             
 sou um perigo.

Do céu ao inferno         
vou em um segundo.
 Simples palavras
destroem meu mundo.

Sou humano,     
embora não pareça.
Sou um bicho          
que às vezes pensa!


quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Vida

Batatinha quando nasce                                          
logo vira gente grande,                                                        
vai embora para cidade,                                        
deixa a terra onde nasceu                                                  
e um mundo todo seu                                                  
para buscar felicidade.                                       
E em um saco de ilusão,                                         
coloca seu coração ,                                           
espera algum dia                                  
ser a sopa vespertina,                   
ou  um prato de cantina,              
dar a vida com alegria.  

                    

Tribo moderna

Ocas de cimento armado,
selvagens habitantes,
embrenhados na selva
da fria indiferença.
Rostos estranhos, marcados,
pela pintura do cotidiano
corpos disfarçados
no colorido opaco
das fantasias sob medida,
dançam no vai-e-vem
das imensas clareiras.
A pajelança desorientada
consulta aos deuses,
estranhamente perdidos.
A aldeia confusa,
ouve o grito sem nexo
do cacique que ordena    
a sorte do povo.                    
Os tambores das armas
declaram a guerra
do individualismo,
silenciando vidas,
dilacerando corpos.
E sobre os caminhos
manchados de sangue,
restam as pegadas
deste ser indomável

chamado “ Homem Civilizado”.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Ser esperança

Procuro meu espaço
tiro uma faca do aço,                   
corto o espinho da flor.
 Liberto a pomba do laço,              
troco a força do braço 
pela ternura do amor                                                                                                     

Faço da terra o céu,
 navego em barcos de papel
na fúria do oceano.
Nunca vi Papai Noel,              
o brilho de um anel,
 calado não reclamo.

Dia-a-dia pela vida,
nesta longa avenida,  
marcho ao  som do bombardino.                            
E da janela escancarada,
na mais bela alvorada,
 cumpro as ordens do destino.

Faço sempre minha parte,
vivo com muita arte
 as cenas do picadeiro. 
vou levando o estandarte,
sou capa, sou encarte,
princípio, derradeiro.

Sou o infinito da aliança,
 a riqueza de uma herança,  
o credo de um ateu.
Sou apenas esperança,
 simplesmente uma criança
que seus direitos perdeu.

Do livro: Sob o olhar da poesia
De: Ildebrando Pereira da Silva

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Mágico sem cartola

Sou mágico sem cartola,
perdido na multidão,
transformando salário mínimo
em minha sustentação.

Minha bela assistente
é a previdência social,
mas, mágico não fica doente.
é quase um imortal.

As cartas que trago na manga,
são todas as contas vencidas,
e o carnê da prestação,  é a varinha
de condão, que ampara as dívidas.

Sou mágico sem cartola,
sem escola, sem instrução,
mas, não quero o poder da esmola.
Quero  reverter a situação.

Sou mágico sem cartola
de onde tirar o futuro,
pois, o passado é ausente
e o presente inseguro.




segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Impossível

Como atingir:
A velocidade da luz,            
a imortalidade,                       
o infinito e a eternidade?

Impossível?                  
 Talvez não!

Como sondar:
a retina, o cérebro,
o pensamento e o futuro?

Impossível?                   
Talvez não!

O que fazer:
Para chegar aos teus braços,
conhecer o teu sabor,
invadir tua fortaleza                   
 e conquistar o teu amor?

Impossível?

Completamente.
Até que proves     
O contrário!


POEMA PREMIADO DO DIA 14/01/2015

domingo, 11 de janeiro de 2015

Telegrafia


Naquela mesa de bar
enquanto lia a revista
ele era observado
por dois telegrafistas.

Eles riam sem parar
Tomando mais uma dose,
E a conversa era feita
Através do código Morse.

Nossa que cara mais feio,
É feio como ninguém,
O outro ainda acrescenta:
Mais feio que o Frankestein.

Enquanto ainda riam,
Ele fecha sua revista,
Bate com o dedo na mesa:
Também sou telegrafista.



Proteção

Na camisa de Vênus
 encontro energia
que à sanidade reforça
e impede que algum dia
eu precise da camisa de força.


sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

O Poeta em Pessoa

Quem disse que o poeta finge?
Será que foi Platão?
Teria sido Camões?
Ou seria Drummond?

Quem disse que o poeta finge
E engana tanta gente
Fingindo que a sua dor
Da dos outros é diferente?

Quem disse que o poeta finge?
Só Fernando sabia bem,
Pois, tinha em sua Pessoa,
Tudo que o poeta tem.

O que é Simpatia


Uma belíssima poesia de Casimiro de Abreu
Patrono da Cadeira Nº 01 da ALLARTE


Simpatia - é o sentimento
Que nasce num só momento,
Sincero, no coração;
São dois olhares acesos
Bem juntos, unidos, presos
Numa mágica atração.


Simpatia - são dois galhos
Banhados de bons orvalhos
Nas mangueiras do jardim;
Bem longe às vezes nascidos,
Mas que se juntam crescidos
E que se abraçam por fim.


São duas almas bem gêmeas
Que riem no mesmo riso,
Que choram nos mesmos ais;
São vozes de dois amantes,
Duas liras semelhantes,
Ou dois poemas iguais.


Simpatia - meu anjinho,
É o canto do passarinho,
É o doce aroma da flor;
São nuvens dum céu d'Agôsto,
É o que m'inspira teu rosto...
- Simpatia - é - quase amor!

As mãos

As mãos no contexto
da História Universal,
contribuíram para o bem,
também fizeram tanto mal.

Mãos que deram vida
à Capela Sistina.
Mãos que arrasaram
Nagasaki e Hiroshima.

Mãos que manipularam
A fórmula da penicilina.
Mãos que refinaram
a maldita cocaína.

Mãos que editaram
as melhores enciclopédias.
Mãos  que provocaram
enormes tragédias.

Mãos que erigiram
os maiores edifícios,
Mãos que praticaram
terríveis sacrifícios.

Muitas mãos escreveram
a História Universal.
duas deixaram
um grande sinal.

Mãos estendidas,
repletas de luz.
Mãos que dão vida,
no milagre da Cruz.