No meio do caminho tinha um banco,
Onde sentou-se José,
Naquela tarde de maio,
De mãos dadas com a fé.
Com sua lanterna mágica,
Esperou pelo anoitecer,
Ainda que mal soubesse
A fragilidade do ser.
Dançar o Bolero de Ravel
Estava nos desejos seus.
Mas, na igreja o sino tocava,
A canção final de adeus.
De surpresa vem a quadrilha
Na procura da poesia,
Trazendo a canção amiga
Como um presente do dia.
E para ser um homem livre,
A difícil escolha não é segredo,
Pois, a ausência da coragem,
Para o poeta é um brinquedo
Mas, para sempre não é definitivo,
Em confronto com a eternidade,
O tempo passa? Não passa.
Passa a vida, na verdade.
Na memória o inconfesso desejo:
Recomeçar sem medo da dor,
Vencer a máquina do mundo,
Para viver um grande amor.
Ildebrando Pereira da Silva
Poema construido a partir de títuloa
de poemas de Carlos Drummnod de Andrade.