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terça-feira, 30 de dezembro de 2014
sábado, 27 de dezembro de 2014
Movimentos mágicos
O movimento
da terra,
em sua
órbita encerra
infinita magia:
Transforma a
tela escura,
em magnífica
pintura,
a dádiva do
dia.
O movimento
do teu abraço
No qual eu
me enlaço,
É completa
magia:
Afugenta a
dor,
fortalece o
amor
e à alma
sacia.
Teus lábios
em movimento
são doce
encantamento.
Magia
repleta de luz.
Transformam
teu sorriso,
no portal de
um paraíso,
que por
inteiro me seduz.
quinta-feira, 25 de dezembro de 2014
Buraco negro
Tem buraco
na rua,
Tem
buraco na lua,
Tem buraco
no universo.
Impiedoso atrai o meu verso.
Do livro: sob o olhar da poesia.
De: Ildebrando Pereira da Silva.
Tua chama
Tua chama, me inflama.
Queima na
minha veia,
prende-me na
teia
da tua
paixão.
Tua chama
sobre mim
proclama
um domínio
avassalador,
mistura de
prazer e amor.
carícias e
sedução.
Tua chama,
sobre mim
derrama
um bálsamo
envolvente.
Sinto-me
imensamente
livre em tua
prisão.
Do livro: sob o olhar da poesia.
De: Ildebrando Pereira da Silva.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
Verdade
Uma grande
verdade
é preciso
aceitar:
Duas
felicidades
não cabem
no mesmo
lugar.
Do livro: Sob o olhar da poesia
De: Ildebrando Pereira da Silva
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
Saudade e poesia
Poesia que a
alma escreve
na noite
calada, com a pena da saudade
à espera da madrugada.
Poesia que a alma recebe
na madrugada vazia,
com saudade pena
à espera do dia.
Poesia que a alma acolhe
no dia que
lhe invade a dor e a saudade
à espera da tarde.
Poesia que a alma transpira,
na tarde é
um açoite, a dor da saudade,
à espera da noite.
E a alma na
espera,
supera a agonia,
morrendo de saudade,
vivendo de poesia.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
Brincadeira
De
repente...
A
brincadeira
Ficou toda
sem graça
E, com o
brinquedo,
não há o que
se faça.
Trocar o
brinquedo,
eis o
segredo:
Falta
coragem,
ou sobra
medo?
Do livro: Sob o olhar da poesia
De: Ildebrando Pereira da Silva
sábado, 20 de dezembro de 2014
Eram duas vezes
No país das maravilhas,
ali se faz tudo com dedicação.
Ali Babá cuida do palácio,
Mestre, da
educação.
A Bela Adormecida
zela pela segurança,
Soneca é quem
controla
o Estatuto da criança.
E para a fada madrinha,
manter a saúde é sua obrigação,
enquanto a lebre e a tartaruga
são responsáveis pela condução.
Gepeto acelerou a indústria
com sua linha de produção,
gerando Pinóquios em série,
para “alegria”
da nação.
Mas, nem tudo é perfeito,
Mesmo com tanta magia.
Aladim apagou sua lâmpada
para economizar energia.
Ao ver a lagoa secando,
o patinho feio mudou-se de lugar,
e até mesmo o lobo mau,
está sem casa para morar.
A Cinderela faz suas compras
de tudo que vem da China,
e a pobre da cigarra,
hoje, vive de faxina.
O Grilo Falante avisa:
- Acendeu-se o sinal vermelho,
pois, a rainha malvada
está diante do espelho.
Que rufem os tambores,
à espera de um final feliz,
que ali se faça a maravilha
que merece aquele país.
Do livro: Sob o olhar da poesia
De: Ildebrando Pereira da silva
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
Retalhos poéticos de Drummond
No meio do caminho tinha um banco,
Onde sentou-se José,
Naquela tarde de maio,
De mãos dadas com a fé.
Com sua lanterna mágica,
Esperou pelo anoitecer,
Ainda que mal soubesse
A fragilidade do ser.
Dançar o Bolero de Ravel
Estava nos desejos seus.
Mas, na igreja o sino tocava,
A canção final de adeus.
De surpresa vem a quadrilha
Na procura da poesia,
Trazendo a canção amiga
Como um presente do dia.
E para ser um homem livre,
A difícil escolha não é segredo,
Pois, a ausência da coragem,
Para o poeta é um brinquedo
Mas, para sempre não é definitivo,
Em confronto com a eternidade,
O tempo passa? Não passa.
Passa a vida, na verdade.
Na memória o inconfesso desejo:
Recomeçar sem medo da dor,
Vencer a máquina do mundo,
Para viver um grande amor.
Poema inédito.
Usei títulos de poemas de Drummond
para escrever este trabalho.
Contrastes
O urubu, o
colibri,
O coelho, o jabuti,
A fada e o saci.
O fósforo, o
vulcão,
o gigante, o
anão,
a brisa e o furacão .
O segundo, a eternidade,
o sereno, a
tempestade,
a mentira e
a verdade.
O estúpido,
o gentil,
a criança, o
senil,
a pomba e o
fuzil.
A bermuda, o
terno,
o antigo, o
moderno,
o céu e o
inferno
a flor, o
punhal,
o bem e o
mal.
O frio, o
calor,
a alegria, a
dor,
o ódio e o
amor.
O ateu, a
cruz,
as trevas, a
luz,
o diabo e
Jesus!
Do livro: Sob o olhar da poesia.
De: Ildebrando Pereira da Silva.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
Andarilho do amor.
Na escura noite, solitário viajor.
Perdido nos atalhos da vida,
desencontrado nos caminhos do amor.
Pés cansados, lábios sedentos,
alma marcada, coração maltrapilho.
Na bagagem: Lembranças e sonhos,
sonhos e lembranças e nada mais.
E quando o fim já era certo,
a morte rondava de perto,
dois olhos fitaram-no,
uma grande luz o iluminou,
duas mãos levantaram-no
e a vida recomeçou.
Folhas mortas reviveram,
flores murchas ganharam cor.
Um coração vazio,
transbordou de tanto amor.
Do livro: Fantasia
De Ildebrando Pereira da Silva
Perdido nos atalhos da vida,
desencontrado nos caminhos do amor.
Pés cansados, lábios sedentos,
alma marcada, coração maltrapilho.
Na bagagem: Lembranças e sonhos,
sonhos e lembranças e nada mais.
E quando o fim já era certo,
a morte rondava de perto,
dois olhos fitaram-no,
uma grande luz o iluminou,
duas mãos levantaram-no
e a vida recomeçou.
Folhas mortas reviveram,
flores murchas ganharam cor.
Um coração vazio,
transbordou de tanto amor.
Do livro: Fantasia
De Ildebrando Pereira da Silva
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
Invasão
Queria ser
um rio,
ultrapassar meus limites,
sair das
minhas margens,
invadindo
teus domínios.
Ir lentamente subindo,
ocupando teus espaços,
percorrer
teus vales e campos
e os mais
altos montes deixar submersos.
E nesta invasão te entregar tudo que tenho,
deixando em
teu solo as marcas de quem sou.
Em minhas águas banhar-te de carinhos,
inundar-te de amor.
Do livro: Sob o olhar da poesia
De: Ildebrando Pereira da Silva.
sábado, 6 de dezembro de 2014
Bolsa sem valores
Na bolsa de valores,
caiu a gratidão,
em baixa a justiça,
em queda a união.
A responsabilidade
está em declínio constante,
e a honestidade,
não há o que a levante.
A liberdade, a temperança,
a fidelidade e a decência
caíram profundamente,
ao lado da coerência.
A amizade e o respeito
sumiram do pregão.
E uma bolsa sem valores
pode quebrar uma nação.
Do Livro: Sob o olhar da poesia
De: Ildebrando Pereira da Silva
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
Vazio
O menino na
palafita,
fita o fundo
da panela,
ela nada lhe oferece
e, apesar de tanta prece,
resta apenas o vazio,
onde a cheia é só no rio.
Do livro: Sob o olhar da poesia
De: Ildebrando Pereira da Silva
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
Tão perto
No peito
aberto,
ferida rasgada
saúde
abalada
e o remédio
tão perto.
Caminho
deserto,
pés
vacilantes,
passos
errantes
e a saída
tão perto.
Céu encoberto,
coração carente,
escuridão
envolvente
e a luz tão perto.
No peito aberto,
dor
encravada,
morte marcada
e a vida tão perto.
Caminho deserto,
alma sedenta,
calor
atormenta
e a água tão
perto
.
Céu
encoberto,
solidão constante,
alegria
distante
e você tão
perto.
Do livro: Sob o olhar da poesia
De: Ildebrando Pereira da Silva
De: Ildebrando Pereira da Silva
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
Medo de viver
O medo no meu passado,
era um medo tão presente,morria de medo da morte,
e de partir tão de repente.
Hoje, não penso mais nisso,
pois, o que abala o meu ser,não é mais o medo da morte
e, sim o medo de viver.
Do livro: Sob o olhar da poesia
De: Ildebrando Pereira da Silva
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
Fado do palhaço
Esta crônica foi escrita pela minha esposa Rosana Cabral, e obteve o 2º lugar no Concurso promvido pela Academia Taubateana de Letras, em setembro deste ano.
A desbotada moldura laranja sustentada em um
dos cantos por um pedaço de fita adesiva de um simples e barato espelho
retangular, desses encontrados em qualquer feira de rua ou loja de
quinquilharias, revela um reflexo cujo tempo desgastou ainda mais que o próprio
objeto que para muitos é motivo de adoração. A imagem refletida é a de um rosto
vincado, marcado pelos anos, por toda uma vida que passou...
As
mãos apesar de já um pouco trêmulas, executam uma espécie de coreografia que de
tanto ser repetida, tornou-se automática. Automática, mas, viva, pulsante, ao
ir desenhando a cada novo passo, um ser. Ser cuja cronologia lhe é indiferente.
E o balé continua: secar bem o rosto para receber a primeira das cores: branca.
Branca para esconder toda a pele. Branca como a paz. Branca, alva, alvíssima.
Brancura que esconde, disfarça, dissimula, fazendo do rosto uma palheta onde
outras cores brilharão e não mais o homem, mas este novo e encantador ser.
Enquanto
as mãos continuam seus ritmados movimentos o pensamento vai longe, divaga por
lembranças, emoções, histórias. E sem saber o porquê, ou quem sabe estava
naqueles dias em que se fica buscando uma razão para tudo, lembrou-se de
alguém, um sujeito, numa ocasião qualquer, numa época incerta, mas com certeza tratava-se de um
argentino, o sotaque lhe dava essa certeza, se bem que pensando bem, poderia
ser espanhol . Mas isso não importa, o que vale é que ele era um desses
filósofos da vida, bem na verdade não passava de um inveterável boêmio, desses
que encontramos em qualquer esquina, ou seria bar? Bom, isso não faz a menor
diferença. O que faz diferença é que o tal sujeito, ou melhor, o filósofo para
ficar mais romântico, disse-lhe que “El fado non és alegre nem triste, és
nostálgico.” E enquanto pincelava o olho com um profundo azul meditava sobre
essas palavras. Tantas vezes indagado ser alguém alegre ou triste, respondia de
acordo com a ordem do dia: se estava alegre, respondia ser o palhaço o ser mais
alegre do planeta. Se ao contrário estava triste, dizia ser um artista que
escondia sua dor atrás da maquiagem e assim era capaz de fazer as pessoas
sorrirem. Mas agora, meditando (onde já se viu meu Deus, um palhaço meditando,
não faltava mais nada!) sobre esse encontro com o argentino, sim, deve ser
argentino, tanto quanto pode ser espanhol. A confusão deve ser por conta do estilo musical. Um argentino ou
espanhol filosofando sobre fado! Talvez fosse mais coerente se o tema fosse o
tango, mas vá querer encontrar coerência em conversa de bêbado (só sendo
palhaço mesmo!). Aliás, quanto ao fado ou ao tango não sabia opinar, mal tinha
ouvido falar de uma tal Amália Rodrigues e de um certo Carlos Gardel. Mas,
semelhante ao fado (deixo bem claro que de acordo com o sujeito), é o palhaço.
O palhaço não é alegre nem triste, apenas artista. Um artista que ao se
maquiar, maquia os próprios sentimentos para dar vazão a um ser que é feito de
magia, de encanto.
Em
terras tupiniquins, de calor e de cores, até mesmo os palhaços se enfeitam de
maneira vibrante, com as cores da aquarela, contrariando os originários clowns, que economizavam nas
cores e pareciam repetir os ingleses tons cinzentos e monótonos.
Puxando
pelo fio da memória (que por vezes já se arrebentou...) quando criança não se
preocupava se o palhaço era alegre ou triste, apenas se era desajeitado,
estabanado o suficiente para provocar muitas gargalhadas...
Ah,
queridos e imortalizados palhaços de nossas infâncias, protagonistas de nossas
tardes no circo, de momentos inesquecíveis em frente à TV: Arrelia, Torresmo,
Carequinha, Tic-tac. Tempo feliz, inocente, em que acreditávamos que os
palhaços estavam apenas nos picadeiros...
A
maquiagem enfim está completa. E no picadeiro, sob a surrada lona, a plateia
nem sequer se preocupa com a alegria ou tristeza do palhaço, pois a gargalhada
não dá espaço para “devaneios filosóficos”.
Palhaço, alegre ou triste? Como no fado, nem
alegre, nem triste, apenas e unicamente, humano...
Ainda que
Ainda que os espinhos superem as
flores
Não deixe que as lágrimas apaguem teu
sorriso.Ainda que as trevas encubram a luz,
Não deixe encoberto o brilho dos teus olhos.
Ainda que a realidade desperte os sonhos,
Não deixe de sonhar com a realidade que tu queres.
Ainda que a vida supere tua força,
Não deixe de buscar a “Força” que te faz forte.
Ainda que teus versos percam a rima,
e na tua boca o canto emudeça
Ainda que as árvores não deem seus frutos
E os campos não floresçam.
Ainda que no tempestuoso mar
Tu barco esteja prestes a perecer:
Não deixe de sorrir,
Não deixe de cantar,
Não deixe de viver,
Não deixe de amar.
Pois, ainda há alguém que precisa:
Do teu sorriso para cantar,
Do teu canto para sorrir,
Da tua vida para amar,
Do teu amor para viver.
Do livro: Fantasia
De: Ildebrando Pereira da Silva
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