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sexta-feira, 31 de julho de 2015

Menina e Moça


Está naquela idade inquieta e duvidosa,
 Que não é dia claro e é já o alvorecer;
 Entreaberto botão, entrefechada rosa,
 Um pouco de menina e um pouco de mulher.

 Às vezes recatada, outras estouvadinha,
 Casa no mesmo gesto a loucura e o pudor;
 Tem coisas de criança e modos de mocinha,
 Estuda o catecismo e lê versos de amor.

 Outras vezes valsando, e* seio lhe palpita,
 De cansaço talvez, talvez de comoção.
 Quando a boca vermelha os lábios abre e agita,
 Não sei se pede um beijo ou faz uma oração.

 Outras vezes beijando a boneca enfeitada,
 Olha furtivamente o primo que sorri;
 E se corre parece, à brisa enamorada,
 Abrir asas de um anjo e tranças de uma huri.

 Quando a sala atravessa, é raro que não lance
 Os olhos para o espelho; e raro que ao deitar
 Não leia, um quarto de hora, as folhas de um romance
 Em que a dama conjugue o eterno verbo amar.

 Tem na alcova em que dorme, e descansa de dia,
 A cama da boneca ao pé do toucador;
 Quando sonha, repete, em santa companhia,
 Os livros do colégio e o nome de um doutor.

 Alegra-se em ouvindo os compassos da orquestra;
 E quando entra num baile, é já dama do tom;
 Compensa-lhe a modista os enfados da mestra;
 Tem respeito a Geslin, mas adora a Dazon.

 Dos cuidados da vida o mais tristonho e acerbo
 Para ela é o estudo, excetuando talvez
 A lição de sintaxe em que combina o verbo
To love, mas sorrindo ao professor de inglês.

 Quantas vezes, porém, fitando o olhar no espaço,
 Parece acompanhar uma etérea visão;
 Quantas cruzando ao seio o delicado braço
 Comprime as pulsações do inquieto coração!

 Ah! se nesse momento alucinado, fores
 Cair-lhes aos pés, confiar-lhe uma esperança vã,
 Hás de vê-la zombar dos teus tristes amores,
 Rir da tua aventura e contá-la à mamã.

 É que esta criatura, adorável, divina,
 Nem se pode explicar, nem se pode entender:
 Procura-se a mulher e encontra-se a menina,
 Quer-se ver a menina e encontra-se a mulher!

Machado de Assis

Até amanhã

Sei agora como nasceu a alegria,
como nasce o vento entre barcos de papel,
 como nasce a água ou o amor
 quando a juventude não é uma lágrima.
 É primeiro só um rumor de espuma
à roda do corpo que desperta,
 sílaba espessa, beijo acumulado,
 amanhecer de pássaros no sangue.
É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
 galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.
Falei de tudo quanto amei.
 De coisas que te dou para que tu as ames comigo:
 a juventude, o vento e as areias

 Eugênio de Andrade

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Movimentos Mágicos

O movimento da terra,
em sua órbita encerra
 infinita magia:
Transforma a tela escura,
em magnífica pintura,
a dádiva do dia.

O movimento do teu abraço
No qual eu me enlaço,
É completa magia:
Afugenta a dor,
fortalece o amor
e à alma sacia.

Teus lábios em movimento
são doce encantamento.
Magia repleta de luz.
Transformam teu sorriso,
no portal de um paraíso,
que por inteiro me seduz.

Do Livro: Sob o olhar da poesia
De: Ildebrando Pereira da Silva

quarta-feira, 22 de julho de 2015

O VERBO DESSE TEU AMOR

Não posso abusar de seus gestos.
 Ora contidos,ora tão manifestos.
 Não posso falar de seus desejos,
 Se não os vejo,
 Nem mesmo na penumbra que estou.

Não posso carecer de você,
 Nada me tem tão pouco.
 Quantos teus braços.
 Agora tão amarrados;
 Pelo fel da dissabor.

Ah esse sombrio ar da graça,
 Que faz e disfarça,
 Dessa farsa que se tornou nós dois.
As memórias são tardias,
 Mas estão vivas
 Bem aqui em algum lugar.
 Indago, por que não se foram?

 Ah esse velho tambor que bate em meu peito.
 Não tem jeito,
 Insiste em você.
Diga para ele que a fogueira apagou,
 que o vinho esvaneceu,
 que não sou mais teu,
 E que a hora enfim é chegada.
 De tudo que levarei,
 Foi do que não pude.

Não pude ser,
 Não pude céu,
 Não pude ter,
 Não pude ao léo
 Nem mesmo ser,
 O verbo do teu amor.

por Danka Maia

VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA

VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca da Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcaloide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.


Manuel Bandeira

terça-feira, 21 de julho de 2015

Ser esperança

Procuro meu espaço
tiro uma faca do aço,                   
corto o espinho da flor.
 Liberto a pomba do laço,              
troco a força do braço 
pela ternura do amor                                                                                                     

Faço da terra o céu,
 navego em barcos de papel
na fúria do oceano.
Nunca vi Papai Noel,              
o brilho de um anel,
 calado não reclamo.

Dia-a-dia pela vida,
nesta longa avenida,  
marcho ao  som do bombardino.                            
E da janela escancarada,
na mais bela alvorada,
 cumpro as ordens do destino.

Faço sempre minha parte,
vivo com muita arte
 as cenas do picadeiro. 
vou levando o estandarte,
sou capa, sou encarte,
princípio, derradeiro.

Sou o infinito da aliança,
 a riqueza de uma herança,  
o credo de um ateu.
Sou apenas esperança,
 simplesmente uma criança
que seus direitos perdeu.

Do livro: Sob o olhar da poesia
De: Ildebrando Pereira da Silva

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Motivo


 
Motivo
 
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.


Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.


Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.


Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
Cecília Meireles

Amizade sincera

 
PARABÉNS PELO DIA DO AMIGO
A TODOS QUE POR AQUI PASSAM

domingo, 19 de julho de 2015

Soneto do amigo

20 de julho Dia do Amigo
Um grande abraçoa todoss os nossos amigos
de todos os cantos do mundo que gentilmente
visitam nosso blogue e apoiam o nosso trabalho.

 Enfim, depois de tanto erro passado
 Tantas retaliações, tanto perigo
 Eis que ressurge noutro o velho amigo
 Nunca perdido, sempre reencontrado.

 É bom sentá-lo novamente ao lado
 Com olhos que contêm o olhar antigo
 Sempre comigo um pouco atribulado
 E como sempre singular comigo.

 Um bicho igual a mim, simples e humano
 Sabendo se mover e comover
 E a disfarçar com o meu próprio engano.

 O amigo: um ser que a vida não explica
 Que só se vai ao ver outro nascer
 E o espelho de minha alma multiplica...

 Vinicius de Moraes

O BICHO HOMEM

Que bicho é o homem
 de onde ele veio
para onde vai?
Onde é que entra
de onde é que sai?

Que raio lhe acende
a chama da fúria?
O que é que sobra
da cesta básica
de sua penúria?

Que bicho é o homem
do que se enfeita?
Que mão o ampara
no chão de enigmas
em que se deita?

Que bicho é o homem
que mama no seio
da reminiscência?
E que embala a morte
em seu devaneio?

Que bicho é esse
que carrega o fardo
de uma dor medonha?
Que sucumbe ao charco
mas ainda sonha?

Que bicho vagueia
na treva hedionda?
Que pantera esguia
será mais veloz
do que a própria sombra?

O homem que tece
as malhas da lei.
Que bicho é o homem
que transforma em pêssegos
as fezes do rei?

Que bicho é o homem
que ama e desama
que afaga e magoa?
 E que às vezes lembra
um anjo em pessoa?

O homem que vai
para a eternidade
num saco de lixo.
Que bicho é o homem
de salário fixo?

Que bicho é o homem
que trapaceia?
Que às vezes pensa
Que é mais brilhante
do que a papa-ceia?

Que bicho é esse
que escreve as vogais
das cinzas do pai?
— De onde ele veio
e para onde vai?

Que bicho é o homem
que se interroga?
léguas de volúpia
sonhos e utopias
tudo se evapora?

Que bicho é o homem
de argila e colostro
que lavra e semeia?
mas só colhe insônias
em lavoura alheia?

Os rastros do homem
no vento ou na água
são rastros de fera.
Mas que bicho é esse
que se dilacera?

O homem suplica
 os deuses concedem.
Que bicho é o homem
que sempre regressa
às praias do Éden?

Que bicho é o homem
que escreve poemas
na aurora agônica
e depois acende
a fogueira atômica?

Que bicho te oferta
um ramo de rimas
e à sombra dos mortos
semeia gemidos
por sete Hiroximas?

Que bicho te espreita
aos olhos dos becos
onde os cães insones
mastigam as sombras
dos antigos donos?

Que bicho é o homem
que rasteja e voa
que se ergue e cai?
— De onde ele veio
e para onde vai?

Que bicho é o homem
de onde ele veio
 e para onde vai?
Onde é que entra
de onde é que sai?

Francisco Carvalho

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Sou

Sou tal água do rio
 encontro obstáculos,
 esbarrando em pedregulhos,
 chegando sempre ao mar.
 Tudo que espero
 Não me faz falta,
 se transforma em expiação,
 e em desalento...
 A ansiedade deveria
 Levar-me ao duelo
 e não ao desalento.
 Voltarei o olhar
 na direção do sol
 e o espectro se desfará.
 Preciso de coragem
 para sentir a dor
 de um amigo,
 Preciso audácia
 para sentir minha
 própria dor.
 Minha aflição é
 ciclo vicioso
 Quanto mais
 no temor eu penso,
 mais me desfaleço,
 Quanto menos eu ajo,
 mais me afogo.
 A canção me anuncia
 o que não pode
 ser dito em palavras,
 Não posso jazer
 no silêncio.
 O meu tempo é
 cólera sem alento,
 Meus olhos falam
 do que a boca silencia...

Eli Nandes
Poeta Anjo Azul

Há uma rosa caída

Há uma rosa caída

 Morta

 Há uma rosa caída

 Bela

 Há uma rosa caída

 Rosa

  
- Maria Ângela Alvim

Poema


A poesia está guardada nas palavras
é tudo que eu sei.
 Meu fado é o de não saber quase tudo.
 Sobre o nada eu tenho profundidades.
 Não tenho conexões com a realidade.
 Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.
 Para mim poderoso é aquele que descobre
 as insignificâncias (do mundo e as nossas).
 Por esa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
 Fiquei emocionado e chorei.
 Sou fraco para elogios.
 
- Manoel de Barros

A casa da Copa

Promovemos a copa,
rebaixamos a cozinha.
Dela tiramos o pão,
o arroz, o feijão e a farinha.

Promovemos a copa,
 e na  sala não há nada.
Falta sofá, falta poltrona.
Só tem cadeira quebrada.

Promovemos a copa,
e o quarto foi esquecido.
O conforto, a cama, o colchão,
Dele, tudo foi banido.

Promovemos a copa,
e o coitado do banheiro?
Falta louça, torneira e bacia,
e até mesmo o chuveiro.

Promovemos a copa,
e abandonamos o jardim,
trocamos a beleza das flores
pela frieza do capim.

Promovemos a copa,
e perdemos a primazia,
 da água, do esgoto
e também da energia.

Promovemos a copa,
E perdemos a noção,
de que uma casa se completa
no propósito da união.


Do Livro: Sob o olhar da poesia
De: Ildebrando Pereira da Silva

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Tributo a Cecília

Ó Cecília de tantas poesias
 Dá-me a oportunidade de sentir
 A alegria de sua tristeza
 A intensidade de sua beleza.

A paz inquieta de suas palavras
 A dor suave que trazia na alma,
 A sensibilidade cantada com agudos e graves
 O oceano com ondas agitadas e calmas.

Cante porque o instante existe
 A sua vida está completa
 Mas não a minha
 Quero enchê-la de suas poesias.

Professora da vida!
 Irmã das coisas fugidas
 Capaz de colorir areias desertas
 Dá-me a oportunidade de aprender
a viver com sua alma sincera.

Poeta "L. F Santos"
Membro da ALLARTE
Ocupa a Cadeira de Nº 02 - C
Cuja Patrona é Cecília Meireles

Poema das sete faces

 
Poema das sete faces
Carlos Drummond de Andrade

Quando nasci, um anjo torto
 desses que vivem na sombra
 disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
 que correm atrás de mulheres.
 A tarde talvez fosse azul,
 não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
 pernas brancas pretas amarelas.
 Para que tanta perna, meu Deus,
pergunta meu coração.
 Porém meus olhos
 não perguntam nada.
O homem atrás do bigode
 é sério, simples e forte.
 Quase não conversa.
 Tem poucos, raros amigos
 o homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus, por que me abandonaste
 se sabias que eu não era Deus
 se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
 se eu me chamasse Raimundo
 seria uma rima, não seria uma solução.
 Mundo mundo vasto mundo,
 mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
 mas essa lua
 mas esse conhaque
 botam a gente comovido como o diabo.

Um poema não lido

 
O meu poema ainda continua virgem
 Apesar de ser tão ousado na sua imagem
 Nas curvas tortas da sua bela paisagem
 Não deixa de ser um poema seco e febril.

O meu poema nunca foi lido por ninguém
 Porque não tenciona combater também
 Quem de vitima se faz passar por alguém

 Para ganhar lucro e deposita No seu coviil.
Mas um dia, alguém há-de ler atencioso
 Todas as curvinhas desalinhadas em verso
 Exposto por mim em cada poema escrito

 Um dia, alguém há-de estudar atentamente
 Toda febre que me condenou ligeiramente
 Quando souber que na prisão ainda luto.

 

Sanjo Muchanga

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Bolsa sem valores

Na bolsa de valores,
caiu a gratidão,
em baixa a justiça,
em queda a união.

A responsabilidade
está em declínio  constante,
e a honestidade,
não há o que a levante.

A liberdade, a temperança,
a fidelidade e a decência
caíram profundamente,
ao lado da coerência.

A amizade e o respeito
sumiram do pregão.
E uma bolsa sem valores
pode quebrar uma nação.


Do Livro: Sob o olhar da poesia 
De: Ildebrando Pereira da Silva

Parafraseando Pessoa

O político representador
representa perfeitamente,
que assume como sua dor,
a dor que o povo sente. 

Do livro: Sob o olhar da poesia
De: Ildebrando Pereira da Silva

Semear livros é plantar ideias

Oh! Bendito o que semeia
Livros à mão cheia
E manda o povo pensar!
O livro, caindo n'alma
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar!

Castro Alves


terça-feira, 14 de julho de 2015

Tão perto

No peito aberto,
 ferida rasgada                                        
saúde abalada
e o remédio tão perto. 
              
Caminho deserto,
pés vacilantes,                                
passos errantes
e a saída tão perto.
                                 
 Céu encoberto,
 coração carente,                                  
escuridão envolvente
 e a luz tão perto.
                        
 No peito aberto,
dor encravada,                                
  morte marcada
 e a vida tão perto.       
                    
 Caminho deserto,
 alma sedenta,                                
calor atormenta
e a água tão perto
.                               
Céu encoberto,
 solidão constante,                                      
alegria distante
e você tão perto.

Do livro: Sob o olhar da poesia
De: Ildebrando Pereira da Silva

No trem

O que tem no trem?
Tem muita gente,
Tem tanto surfista,
Tem tanto pingente.

Tem gente apertada,
Tem gente sem nome,
Tem gente apressada,
Tem gente com fome.

Tem gente falando,
Tem gente esprimida,
Tem gente pensando,
Tem gente sem vida.

Tem gente honesta,
Tem gente decente,
Tem gente pacata,
Tem gente valente.

Tem gente do Leste,
Tem gente chegando,
Tem gente do Norte,
Tem gente voltando.

Tem gente sentada,
Tem gente em pé,
Tem gente cansada,
Tem gente sem fé.

Tem gente que anseia,
Tem gente que reclama,
Tem gente que odeia,
Tem gente que ama.

Do livro: sonho de papel

De: Ildebrando Pereira da Silva.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Essência

Pare de olhar para fora...
De buscar outros caminhos;
Encontre-se em ti agora...
Desvendando os pergaminhos.

Como tu és especial,
Ser humano genuíno...
Dentro de ti um cristal
Ilumina teu destino;

Não mergulhe na tristeza
Saiba que a vida é tão bela...
Que em tudo existe beleza
Nesta paisagem singela;
 
Ó semente primordial
Está na hora de assumir...
O teu papel principal
Nesta vida a te sorrir;

É tão linda a tua essência...
Tens fragrâncias de mil flores...
A embalar tua existência
Neste castelo de amores.

Samuel Balbinot

Lábios poéticos

Quero provar
 Do sabor dos seus lábios
 Que inspiram meu ser
 A pensar todos os dias em você.

Quero sentir
 O calor do seu olhar,
 Sua pele a me tocar
 Sua voz na minha se banhar.

 Quero dançar
 No palco dos seus lábios,
 Ao som da poesia,
 Nos versos da sua companhia.

Lábios entrelaçados,
 Beijos enamorados,
 A vida a brilhar,
 O mar e a lua a nos acompanhar.

Poeta " L. F Santos "
Membro da Academia Lorenense de Letras e Artes - ALLARTE