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domingo, 26 de abril de 2015

Congresso Internacional do Medo


Congresso Internacional do Medo

 

Provisoriamente não cantaremos o amor,

 que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.

 Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,

 não cantaremos o ódio, porque este não existe,

 existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,

 o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,

 o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,

 cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,

 cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.

 Depois morreremos de medo

 e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas
 
Carlos Drummond de Andrade

Poema de sete faces


 


Quando nasci, um anjo torto

 desses que vivem na sombra

 disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

 

As casas espiam os homens

 que correm atrás de mulheres.

 A tarde talvez fosse azul,

 não houvesse tantos desejos.

 

O bonde passa cheio de pernas:

 pernas brancas pretas amarelas.

 Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.

 Porém meus olhos

 não perguntam nada.

 

O homem atrás do bigode

 é sério, simples e forte.

 Quase não conversa.

 Tem poucos, raros amigos

 o homem atrás dos óculos e do bigode.

 

Meu Deus, por que me abandonaste

 se sabias que eu não era Deus

 se sabias que eu era fraco.

 

Mundo,  mundo vasto mundo,

 se eu me chamasse Raimundo

 seria uma rima, não seria uma solução.

 Mundo,  mundo vasto mundo,

 mais vasto é meu coração.

 

Eu não devia te dizer

 mas essa lua

 mas esse conhaque

 botam a gente comovido como o diabo.
 
Carlos Drummond de Andrade

sábado, 25 de abril de 2015

Maluco beleza - Relembrando Raul


Campanha Eleitoral - Literatura de Cordel


Campanha Eleitoral

Um Senador do Estado

 Passou dessa pra melhor

 Ou pra outra bem pior

 Vou relatar o passado:

 Chegando o pobre coitado

 Na porta do firmamento

 São Pedro disse: um momento

 Tenha calma, cidadão!

 Faça aqui sua opção

 E assine o requerimento

 

 Pois aqui tem governia

 Tudo está no seu lugar

 E você vai optar

 Onde quer passar o dia

 Depois com democracia

 Me dará sua resposta

 Fazendo a sua proposta

 De ir pra o Céu ou pro Inferno

 Viver de túnica, de terno...

 Do jeito que você gosta!

 

 E então o senador

 Assinou a papelada

 Descendo por uma escada

 Entrou num elevador

 E desceu com o assessor

 Pra o inferno conhecer

 Para depois escolher

 Onde queria morar

 E qual seria o lugar

 Que escolheria viver

 

 E no inferno ele viu

 O campo todo gramado

 Verdinho bem arrumado

 Como um que tem no Brasil

 Um homem grande e gentil

 Disse-lhe: eu sou o Cão

 Muito prazer meu irmão!

 Aqui você é quem manda

 E deu ordens pra que a banda

 Tocasse outro baião

 

 Encaminhou a visita

 Para uma mesa repleta

 Uma assessoria completa

 Num alpendre em palafita

 Uma assistente bonita

 Cerveja, uísque e salgados.

 Dinheiro pros carteados

 Charutos bons e cubanos

 Foi relembrando dos anos

 E dos acordos fechados

 

 Encontrou com os amigos

 Dos tempos áureos de glórias

 Relembrando as histórias

 Que já haviam esquecidos

 Uísques envelhecidos

 Não paravam de chegar

 Parecia um marajá

 Jogando cartas e fumando

 Mas já estava chegando

 A hora dele voltar.

 

 E então no elevador

 Ele tornou a subir

 Para então se decidir

 E finalmente propor

 Mas no céu o senador

 Vê um cenário de paz

 Com um sereno assaz

 Anjinhos tocando lira

 São Pedro disse confira

 Escolha e não volte atrás

 

 Era um silêncio danado

 Sem uísque e sem cerveja

 No máximo uma cereja

 E ele já agoniado

 Disse assim determinado

 Já tomei minha decisão

 Quero ir morar com o cão

 Pois lá me sinto melhor

 Não que aqui seja pior

 É questão de opinião

 

 São Pedro disse pois bem

 Pode ir pro elevador

 Que logo meu assessor

 Fará o que lhe convém

 O senador disse amém

 Já pensando no sucesso

 Que seria o seu regresso

 Para o quinto do inferno

 Lá também seria eterno

 E a tudo teria acesso

 

 E assim que ele desceu

 Numa imensa alegria

 Sentiu logo uma agonia

 Algo estranho percebeu

 Atrás desapareceu

 A porta do elevador

 E o pobre do senador

 Só via fogo e tortura

 Deu-lhe logo uma amargura

 Era um cenário de horror

 

 Nisso ia passando o cão

 Deu-lhe uma chibatada

 Sorrindo em gargalhada

 Remexendo um caldeirão

 E empurrou-lhe um ferrão

 Deixando a testa ferida

 E ele puto da vida

 Disse: rapaz sou eu

 O senador! se esqueceu?

 Cadê aquela acolhida?

 

 Eu peguei o bonde errado

 Ou o cabra se atrapalhou

 E para cá me mandou

 Deve ter se enganado

 Meu lugar é no gramado

 Jogando golfe e fumando

 Eu nada estou lhe cobrando

 Foi você que ofereceu!!!!!!!!!!!

 E o uísque? Se esqueceu?

 E devo estar delirando

 

 E o diabo a sorrir

 Disse-lhe: seja bem vindo

 E o que estás me pedindo

 Eu não vou poder cumprir

 Quando estivestes aqui

 Naquela ocasião

 Não era outra coisa não

 Também não me leve a mal

 Foi campanha eleitoral

 E eu ganhei a eleição.

 

Maviael Melo

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Apaixone-se por um grande homem


Por: Arnaldo Jabor

 

Nós homens nos caracterizamos por ser o sexo forte, embora muitas vezes caiamos por debilidade. Um dia, minha irmã chorava em sua casa… Com muita saudade, observei que meu pai chegou perto dela e perguntou o motivo de sua tristeza. Escutei-os conversando por horas, mas houve uma frase tão especial que meu pai disse naquela tarde, que até o dia de hoje ainda me recordo a cada manhã e que me enche de força. Meu pai acariciou o rosto dela e disse: “Minha filha, apaixone-se por Um Grande Homem e nunca mais voltará a chorar”. Perguntei-me tantas vezes, qual era a fórmula exata para chegar a ser esse grande homem e não deixar-me vencer pelas coisas pequenas… Com o passar dos anos, descobri que se tão somente todos nós homens lutássemos por ser grandes de espírito, grandes de alma e grandes de coração, O mundo seria completamente diferente!

 

Aprendi que um Grande Homem não é aquele que compra tudo o que deseja, porque muitos de nós compramos com presentes a afeição e o respeito daqueles que nos cercam.

 

Meu pai lhe dizia:

 

“Não se apaixone por um homem que só fale de si mesmo, de seus problemas, sem preocupar-se com você… Enamore-se de um homem que se interesse por você, que conheça suas forças, suas ilusões, suas tristezas e que a ajude a superá-las.”

 

Não creia nas palavras de um homem quando seus atos dizem o oposto. Afaste de sua vida um homem que não constrói com você um mundo melhor. Ele jamais sairá do seu lado, pois você é a sua fonte de energia… Foge de um homem enfermo espiritual e emocionalmente, é como um câncer matará tudo o que há em você (emocional, mental, física, social e economicamente)

 

“Não dê atenção a um homem que não seja capaz de expressar seus sentimentos, que não queira lhe dar amor.”

 

Não se agarre a um homem que não seja capaz de reconhecer sua beleza interior e exterior e suas qualidades morais. Não deixe entrar em sua vida um homem a quem tenha que adivinhar o que quer, porque não é capaz de se expressar abertamente. Não se enamore de um homem que ao conhecê-lo, sua vida tenha se transformado em um problema a resolver e não em algo para desfrutar”. Não se apaixone por um homem que demonstre frieza, insensibilidade, falta de atenção com você, corra léguas dele. Não creia em um homem que tenha carências afetivas de infância e que trata de preenchê-las com a infidelidade, culpando-a, quando o problema não está em você, e sim nele, porque não sabe o que quer da vida, nem quais são suas prioridades. Por que querer um homem que a abandonará se você não for como ele pretendia, ou se já não é mais útil? Por que querer um homem que a trocará por um cabelo ou uma cor de pele diferente, ou por uns olhos claros, ou por um corpo mais esbelto? Por que querer um homem que não saiba admirar a beleza que há em você, a verdadeira beleza… a do coração? Quantas vezes me deixei levar pela superficialidade das coisas, deixando de lado aqueles que realmente me ofereciam sua sinceridade e integridade e dando mais importância a quem não valorizava meu esforço? Custou-me muito compreender que GRANDE HOMEM não é aquele que chega no topo, nem o que tem mais dinheiro, casa, automóvel, nem quem vive rodeado de mulheres, nem muito menos o mais bonito. Um grande homem é aquele ser humano transparente, que não se refugia atrás de cortinas de fumaça, é o que abre seu CORAÇÃO sem rejeitar a realidade, é quem admira uma mulher por seus alicerces morais e grandeza interior. Um grande homem é o que cai e tem suficiente força para levantar-se e seguir lutando… Hoje minha irmã está casada e feliz, e esse Grande Homem com quem se casou, não era nem o mais popular, nem o mais solicitado pelas mulheres, nem o mais rico ou o mais bonito. Esse Grande Homem é simplesmente aquele que nunca a fez chorar… É QUEM NO LUGAR DE LÁGRIMAS LHE ROUBOU SORRISOS… Sorrisos por tudo que viveram e conquistaram juntos, pelos triunfos alcançados, por suas lindas recordações e por aquelas tristes lembranças que souberam superar, por cada alegria que repartem e pelos 3 filhos que preenchem suas vidas. Esse Grande Homem ama tanto a minha irmã que daria o que fosse por ela sem pedir nada em troca… Esse Grande Homem a quer pelo que ela é, por seu coração e pelo que são quando estão juntos. Aprendamos a ser um desses Grandes Homens, para vivenciar os anos junto de uma Grande Mulher e NADA NEM NINGUÉM NOS PODERÁ VENCER

terça-feira, 14 de abril de 2015

Vida de cachorro


Neste mundo cão,
Peço socorro,
Daria tudo que tenho
Pra viver como um cachorro.
 
Ele passeia de Mercedes
Eu vou seguindo a pé,
Não vejo nem sanduiche
E ele comendo filé.

Toma leite todos os dias,
Come pão francês,
Mas, estas regalias
Só vejo de mês em mês.

 Seus aposentos de luxo
Nos jardins de uma mansão,
O meu apertamento
É no Morro do Gavião.

Seu banho é na piscina
O xampu é importado
Eu me lavo na latrina
Com o sabonete emprestado.

Seu hobby favorito
É ver televisão
Enquanto eu caço mosquito
Sentado na estação.

Ele tem nome estrangeiro
E tapetes pelo caminho
Eu, igual a milhões de brasileiros
Não passo de Zé Povinho.
 
Ele tem assistência médica,
O conforto de um hospital
Enquanto eu espero nas filas
Da Previdência Social.

 Ele todo elegante,
Vai vivendo no bem bom,
Eu no submundo,
Vou morrendo feito um cão.

Mas, te peço meu amigo
Desculpas por assim falar,
Mas, fique sossegado
Pois, não tomo o seu lugar.

 Do livro Fantasia

De : Ildebrando Pereira da Silva

Escrito em 1989

domingo, 12 de abril de 2015

Propaganda gratuita

Matava era assassino,
roubava era ladrão.
Hoje, ganha repercussão.
vai para o horário nobre,
vira capa de revista,
concede entrevistas,
no rádio e na televisão.
É destaque nos jornais
e nas redes sócias,
ganha muitos seguidores.
Sabem tudo de sua vida,
Até o tipo de comida,
Da sua bela refeição.
Inversão de valores!
Cuida do menor carente,
do idoso é assistente,
faz trabalho voluntário
em casa de recuperação.
é arrimo da sua  família,
com um mísero salário,
Um pobre operário,
que batalha pelo pão.
Estes e tantos outros,
Estão no anonimato,
Não há nenhuma divulgação.
Afinal de contas ser honesto,
não é mais que obrigação.
Para que fazer publicidade?
Não há a necessidade!
Pois, a nossa honestidade,
está em fase de extinção.

Do Livro: sob o olhar da poesia
De: Ildebrando Pereira da Silva

Coração descuidado

O coração sem cuidado,
Pelas ruas da vida,
Ficou estacionado
Na parada proibida.

Andou na contramão,
Avançou o sinal,
Sem obedecer a
Ordem do policial.

Fez tudo errado:
Dirigiu embriagado,
Perdeu a direção,

Atravessou canteiro,
Bateu na casa do amor
E ali ficou prisioneiro.

Do livro Sonho de Papel
De: Ildebrando Pereira da Silva


quinta-feira, 9 de abril de 2015

Sou Humano

Sou humano,          
 embora não pareça.             
Quando irritado,       
perco a cabeça.

Quebro as regras       
de educação,          
troco as boas maneiras
por um palavrão.

Sou muito bom,     
mas, não mexa comigo,
pois, no fundo             
 sou um perigo.

Do céu ao inferno         
vou em um segundo.
 Simples palavras
destroem meu mundo.

Sou humano,     
embora não pareça.
Sou um bicho          
que às vezes pensa!

Do livro: sob o olhar da poesia
De: Ildebrando Pereira da Silva


A dor da saudade


Uma singela homenagem a um grande nome do cinema brasileiro pelos 103 anos de seu nascimento.
Amácio Mazzaropi Patrono da Cadeira Nº 21 da Academia Lorenense de Letras e Artes - ALLARTE

A vida

A vida são deveres, que nós
trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já é Natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida...

Quando se vê, passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando,
pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o meu amor, que está a muito à minha frente, e diria
EU TE AMO...
Dessa forma, eu digo: não deixe de fazer algo
que gosta devido à falta de tempo.

Não deixe de ter alguém ao seu lado
por puro medo de ser feliz.

A única falta que terás será desse tempo
que infelizmente...
não voltará mais.


Mario Quintana

Do amoroso esquecimento

Eu agora – que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?


Do grande poeta Mário Quintana

quarta-feira, 8 de abril de 2015

O que é poesia?

Diferentemente de um texto em prosa, o poema carrega em seu teor um alto grau de sentimento em todos os versos. Esse sentimento é a poesia, é o que vem do interior do homem-poeta, ser que vive, pensa e respira através de sentimentos que afloram da sua pele nos momentos mais incomuns, mais estranhos, talvez até em locais impróprios.
No poema nada é apenas explicativo. Não se pode perder tempo, nem letra nem palavra, que o tempo e o espaço são  geralmente curtos, e o poeta não pode se dar ao luxo de desperdiçar uma rima, uma ideia, um sentimento. Na prosa, inventamos e criamos situações desproporcionais. No poema, a poesia é e deve ser apenas verdade, aquela verdade que vem da nossa realidade, das nossas experiências de vida ao longo de anos de sofrimentos e felicidades, amores e desamores, alegrias e decepções. Até aquelas emoções que muitas vezes chamamos de passageiras, nas palavras do poeta se traduz em algo representativo, importante, que merece ser lembrado. Pois, antes de tudo, o poeta é um sofredor, é alguém que sofre até na felicidade de suas linhas, da saudade de tempos vividos ou mesmo apenas imaginado, tirando de dentro de suas entranhas o que lhe é mais sagrado: sua verdade. Mesmo que essa verdade ainda vá acontecer.
O poeta, desta forma, é um ser que o tempo inteiro nos leva a conhecer seu interior, desnudando-se completamente, sem medo de que façamos considerações sobre sua forma de pensar e de ver as coisas do mundo. Ao menos é assim o poeta que se deixa publicar, que libera seus escritos para que possamos compartilhar sua existência, seus sonhos, emoções e até suas fantasias.

Trecho do Prefácio do meu Livro
Sob o olhar da poesia, elaborado pelo Editor

Antonio Marcos Cavalheiro

Alma perdida



Toda esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma da gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!

Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente ...
Talvez sejas a alma, a alma doente
Dalguém que quis amar e nunca amou!

Toda a noite choraste ... e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!

Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh’alma
Que chorasse perdida em tua voz! ...

Florbela Espanca


Soneto do amigo

Soneto do amigo

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...


Vinicius de Moraes

Semear livros é plantar ideias

Oh! Bendito o que semeia
Livros à mão cheia
E manda o povo pensar!
O livro, caindo n'alma
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar!

Castro Alves


Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento desconte;
É dor que desatina sem doer.

É um querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É um nunca contentar-se e contente;
É um cuidar que se ganha sem se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade;

mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo amor?

Poema escrito por Luís Vaz de Camões
Há mais de 400 anos.
Foi usado na música Monte Castelo do Legião Urbana
Onde Renato Russo fez uma harmonia entre ele
E um trecho do texto bíblico
Da Primeira Carta de Paulo aos Coríntios, 13.